O Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) sediou a quarta Reunião do Projeto BR-UTM (Gerenciamento de Aeronaves Não Tripuladas no Brasil), evento coordenado pelo Departamento de Controle de Espaço Aéreo (DECEA). Ao longo de quatro dias 67 participantes, representando 34 organizações civis, militares e empresas do setor aéreo, contribuíram com o projeto visando fomentar o progresso do tema.
Os presentes compartilharam ideias e debateram sobre o futuro da gestão do tráfego aéreo de drones no Brasil. A integração segura e eficiente das aeronaves não tripuladas é uma prioridade para o desenvolvimento de setores como agricultura, engenharia, vigilância, segurança pública, logística dentre outros.
O evento foi marcado por demonstrações do ecossistema BR-UTM, evidenciando as soluções mais inovadoras na gestão de aeronaves não tripuladas. Dinâmicas em grupo, debates e palestras técnicas possibilitaram aos participantes um entendimento dos desafios e oportunidades no uso comercial e militar de drones, além de incentivar colaboração de todos os envolvidos.
O gerente do projeto BR-UTM, Capitão Robson, apresentou os objetivos alcançados até o momento, divulgou o cronograma do evento e as ações que cada grupo desenvolve. Na oportunidade, o Capitão também esclareceu algumas dúvidas sobre questões jurídicas da parceria com as empresas, reiterou a possibilidade de acesso aos canais de comunicação do projeto aos participantes ainda não inscritos e comentou sobre os eventos envolvendo a área de aeronaves não tripuladas no Brasil.
Durante as discussões do Painel de Governança, o Capitão Malta demonstrou e debateu sobre o fluxo processual para certificação de Entidades Autorizadas e a vinculação desta a uma Zona UTM. Ocorreu a o estudo para definição do conceito e do objetivo que deve ser alcançado, nesta primeira fase, para elaboração do documento base do projeto.
No Painel de Tecnologia, conduzido pelo Capitão Melo, ocorreu a apresentação da parte técnica e o workshop: “Implementando um Provedor de Serviços UTM”. Nesta dinâmica, a equipe de consultores do ICEA auxiliou os desenvolvedores das empresas parceiras na estruturação do código para interação com o ambiente UTM simulado.
Já no painel operacional, conduzido pelo Cap Rennó, os participantes puderam analisar o cenário previsto para a Fase 01 do projeto e discutiram sobre os dados necessários para formatação de uma OIR (Intenção de Voo) e suas respectivas abrangências nos órgãos reguladores. Foi apresentada a metodologia SORA, que irá abordar sobre a conceitualização de volumes de operação e serviços ofertados no projeto.
Neste ano, a ANAC realizou uma palestra sobre a proposta de resolução que dispõe sobre as regras para constituição e funcionamento de Ambiente Regulatório Experimental (Sandbox Regulatório). Houve também a explanação acerca dos Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil (RBAC), mais especificamente do RBAC-E 94, na transição para RBAC 100, que discorre sobre a Formação de Pilotos de Drones.
Para as empresas do ramo de aeronáutico, o evento representou uma oportunidade única de networking e negócios. Startups apresentaram suas soluções, enquanto empresas consolidadas demonstraram suas capacidades e experiência. Parcerias estratégicas foram firmadas visando impulsionar o desenvolvimento de tecnologias e serviços voltados para o mercado nacional e internacional.
O Coronel Aviador Duncan, representante do DECEA, enfatizou a relevância do evento e as novas perspectivas e mudanças de paradigma que envolvem a área de drones no país. Ele destacou ainda como a reunião terá o potencial de promover inovação e amadurecer as discussões sobre o tema, além de impulsionar o aprimoramento das regras e a segurança na área.
O Diretor do ICEA, Coronel Engenheiro Carlos Zica, reafirmou a necessidade da discussão sobre a regulamentação e padronização do espaço aéreo para acomodar o crescente número de operações com drones. Ele expressou também o contentamento do ICEA em sediar uma atividade de tamanha importância.
O evento BR-UTM não apenas proporcionou um espaço para a troca de conhecimento e networking entre os diversos atores do setor de drones, mas também impulsionou o desenvolvimento do projeto de tráfego aéreo não tripulado no Brasil. Com discussões profundas e apresentações envolventes, o evento deixa um legado significativo para a indústria de drones no país.
Fonte: Divisão de Pesquisa - ICEA